sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Memórias da Extensão

Minhas Memórias

Meu nome é C. N. M. S. Quando iniciei meu primeiro ano escolar eu tinha seis anos completos, e a professora que dava aula perto da minha casa estava precisando de mais uma aluna para completar uma turma de primeiro ano. Esta escola tinha alunos mistos do primeiro ao quarto ano.
Nós morávamos em um sítio no município de Guararapes, próximo de Araçatuba – Estado de São Paulo. Eram vários sítios e muitas fazendas de café. No sítio, meu pai era “retireiro”, isto é, “tirador de leite”. E, neste sítio, tinha uma família que tinha dois filhos, a Alice e o Ademar. A Alice ia para a escola, mas o irmão dela nunca ia e nunca estava com as outras crianças para brincar.
Esta escola tinha uma igrejinha e todos os filhos dos empregados dos sítios vizinhos iam para a escola, faziam catequese e iam à missa que se realizava uma vez por mês. Mas o Ademar não participava de nada, nem com seus pais na missa ou mesmo quando tinha alguma festa.
Perguntava para minha mãe por que ele só ficava em casa. Ela só dizia que ele tinha problemas de saúde, que desmaiava e, por isso, a mãe dele não o deixava ir para a escola, porque a professora não poderia cuidar dele, quando precisasse.
Isso foi no ano de 1960. Muitas vezes nós íamos com nossa mãe à casa da mãe do Ademar, a Dona Maria. Ela dava um jeito de levá-lo para o quarto e não o deixava nem brincar conosco. Ele era um menino de mais de sete anos; parecia não ter nenhum problema, embora não falasse direito. Andava e era um menino muito triste. É só o que lembro. Moramos quatro anos neste lugar. Depois, nunca mais soube do Ademar.
Muitos anos depois, quando eu já estava casada e com três filhas, que estudavam na Escola Adventista de Hortolândia, algo aconteceu que lembrou minha infância. Minha filha Raquel já estava na quinta série e nesta escola ela tinha um amigo, na mesma sala, com deficiência física. Este acompanhava a turma sem nenhum problema. Ele concluiu a oitava série como um dos melhores alunos. Lembro que minha filha e todos os colegas tinham muito carinho, admiração e respeito por ele.
Assim, em 1992, todos os formando da Escola Adventista prestaram uma linda e maravilhosa homenagem o querido amigo de turma, que até hoje, é muito lembrado. Continuou os estudos e ainda mora na região de Campinas, no Estado de São Paulo.

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