sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Memórias da Extensão


Minhas recordações

Em minhas recordações, lembrei-me de Júlia, uma amiga que tive na infância. Ela era como o “Sol”. Sem dúvida, era muito especial, iluminava a todos com seu jeito meigo de ser. Mas Júlia não era especial só por não saber falar, mas sim porque onde estava, todos a rodeavam querendo um pouco dela para eles, isto é, de seu sorriso, sua espontaneidade e seu carinho. Esse era seu modo de ser!
Eu tinha muita vergonha de conversar com ela, pois não sabia falar com ela, com todos aqueles sinais difíceis de entender, que hoje sei que é LIBRAS, a língua brasileira de sinais; mas um dia sua mãe Rosana nos disse que não precisávamos ter medo ou vergonha de falar com a Júlia, mesmo que fosse oralmente, pois ela sabia ler os lábios da gente e foi a partir disso que comecei a conversar com ela
Ela, de fato, me entendia. Lia meus lábios. Sorria para mim, sempre afirmando ou negando algo. Criamos um vínculo de amizade surpreendente entre nós. Foi assim que eu passei a entendê-la melhor, porque todos a amavam.
Segundo sua mãe, D. Rosana, seu problema foi diagnosticado desde muito cedo. Júlia não ouvia e, com isso, ficou também “muda”. Mesmo sendo tratada, com o uso de aparelho auditivo, ela não conseguiu desenvolver sua fala corretamente. Ela falava “embaralhado” como uma criança que ainda está aprendendo a falar suas primeiras palavrinhas.
Júlia tinha e ainda tem uma vida “normal”. Estudou, namorou, freqüentou festas e rimos muito juntas. Hoje o tempo passou e como Júlia estará? Qualquer um pode me perguntar e minha resposta será: ela está bem, pois pessoas especiais como ela merecem viver tudo de bom que a vida tem a oferecer!!!

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